sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sem tempo

Ando tão sem tempo que o tempo escorre pelas mãos,
se deixa levar pelo vento, vento esse que esbarra no rosto
e se queixa do alento que não existe mais.

Ando tão sem tempo que ele se queixa de mim,
e eu me queixo dele, falo que não tem mais tempo pra mim.
Ele reclama, reclama das coisas do tempo;
pergunta se talvez vá chover.

E desse tempo todo que não temos
vivemos na pressa, pressa que apressa a ter tudo por perto
e quando vai embora, parece que o tempo que se teve
não se teve tempo, não se teve acalento.

E quando a gente se entreolha, as coisas passam assim,
meio sem pressa, mas na vontade de se agarrar.
E aí te puxa pra perto, querendo te dar um cheiro,
e se subentende que é mais que um; que é dois.
E dos dois, o tempo que sobra não é mais tempo,
é apenas um minuto do silencio que durou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário