segunda-feira, 28 de junho de 2010

Escondidinho

Agacha, bota a mão na boca, fala baixinho. É segredo, pshhhht, escondidinho.
Olha pra um lado, vira pro outro, vê se vem alguém. Finge que não é nada, mas na superfície, de um tudo, tem.
Coça a cabeça, mexe a orelha, assobia, disfarça. Chega a ser engraçado, dar o ar da graça. Gostar de você é assim.

Ter vontade de sair gritando com as mãos pra cima, mas ter que me conter pra o mundo não saber.
Vai que alguém rouba você de mim? Melhor guardar pra mim, assim, só entre eu e o silêncio mais fofoqueiro que existe.
Pois o que eu vejo em você, guardo aqui. Até porquê, meus olhos me entregam só de espiar, na rabeira da janela, sabe?

Na enorme vontade de querer te apertar, morder, chamar de minha, fazer que nem criança: "é meu!".
Mas tem problema não, um dia eu tomo coragem e falo. Um dia eu saio da linha.
Um dia eu me corôo, me torno um rei e você minha rainha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário