segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pescado

Pesquei você olhando para mim, tudo fluia com a corrente.
Batia o vento, balançava seu cabelo, e a água estava morna como sempre.
Talvez seja o calor do sol, esse que aquece nossos corações.
Ou quem sabe a brisa que percorre o teu corpo, deixando o sentimento existir.

Peguei-me preso e, como uma isca, vivendo no teu anzol.
Sentindo-me num mar de sentimentos, querendo ficar preso nessa rede que tece os fios de estar preso a essa imensidão.

Pesquei um cochilo na rede, querendo não acordar.
Fiquei só na vontade, pois tinha que ir trabalhar.
Afinal, meu barco não se enxe de peixes sozinho, muito menos o meu coração.

Só depende de você

Saiba que o mundo vai pra frente, independente da sua direção.
Saiba que é tudo decorrente, pode ser um milésimo ou uma fração.
Saiba que distante não é perto, mais pode ser pra junto de quem te tem longe.
Saiba que nada é incurável, está apenas há dois passos, toda a resposta que você procura.

Saiba que tais palavras não vão te confortar, mas te ajudarão a pensar o que você quer do amanhã.
Saiba que estar só, não significa exatamente essa palavra, ao pé da letra, ela pode ser uma porta que abrirá outra, e outra, é só girar a maçaneta.
Saiba que mesmo no silêncio, o som do vazio pode se transformar em música, e a poesia desses versos, se transformarão na melodia da sua história.
Saiba que esse amor, aí dentro, não é só seu, é de todo aquele que o vê; e transforma desse amor, um mais um, que é você e quem te descobre.

Saiba que ser feliz engloba tudo, mas sua felicidade não depende dos outros.
Saiba que, ser feliz, só depende de você.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Em particular

Pouco a pouco, se desfaz tudo aquilo que já foi um dia.
Descansa em paz e me traz pra realidade do que não quero encarar.
Bate de frente com o amor que acordou de repente e ao mesmo tempo entorpeceu.
Os meus sentidos, os seus, e tudo aquilo que se esqueceu.

Pouco a pouco o tempo se desfaz em migalhas, sobram os farelos;
da história que se contou, do conto de fadas, de um reinado tão recorrente.

Teu rosto no meu peito, aconchegado entre nós dois.
Sobram as respirações, as afagos, o carinho.
Sobra de nós dois o que já foi um dia, a vontade de ser um.
E da sobra, você, eu. Os dois, sem ser um, apenas um de cada.
Em particular.